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COSTUMES / TRADIÇÕES
A manifestação artesanal de São Pedro da Cadeira é visível em trabalhos de azulejaria, escultura e presépio. Dando continuidade aos costumes, o artesanato projecta esta freguesia num conjunto de tradições que nos permitem ter um conhecimento mais vasto desta região.
Azulejaria
De origem árabe, o azulejo é considerado uma riqueza ornamental e foi introduzido na cultura portuguesa. Apesar de ter caído em desuso nas construções urbanas, ainda existem muitas casas que optam por azulejos. No sul do país, o gosto do azulejo foi reavivado optando-se por azulejo figurado em policromia ou em azul sobre fundo branco, em frisos, painéis, escudos ou lambris. Os desenhos são alusivos à caça, à pesca, a batalhas ou assuntos religiosos.
Elisa Maria Santos é o nome da artesã que se destaca na arte da azulejaria. Natural da freguesia de São Pedro da Cadeira, descende de uma família com grande vocação para o trabalho manual. Desde cedo, começou a desenvolver as suas capacidades na arte de trabalhar o azulejo e no restauro de obras. Participou em diversas feiras de artesanato e exposições a nível nacional e internacional.
Escultura
Esta arte, surgida na antiga Grécia, tem utilizado, ao longo dos tempos, vários materiais como barro, cera, madeira, pedra, mármore, bronze, prata, ouro e marfim.
Neste trabalho artístico destacam-se os nomes de António B. Henriques e sua esposa Elisa Henriques. Ambos possuem obras de cariz religioso, participando em exposições de artesanato, mas é nos altares e naves, das igrejas e capelas, que mais se evidencia o seu trabalho. Elisa Henriques, autodidacta na arte de trabalhar o barro, participa não só em exposições nacionais como também internacionais, obtendo alguns prémios pelas suas obras. Nelas está expressa toda a criatividade do autor, tornando-se, assim, um trabalho artístico de grande valor.
As festas e as romarias são realizadas em qualquer região, dando a conhecer um pouco da forma como cada povo celebra os seus Santos. A estes acontecimentos religiosos alia-se a diversão com muita alegria e divertimento. Na freguesia de São Pedro da Cadeira comemoram-se as seguintes festas: Nossa Senhora da Conceição, a 8 de Dezembro; São Sebastião, na segunda semana de Setembro; Nossa Senhora da Saúde, em Setembro; Senhora da Nazaré, tendo esta festa a particularidade de ser realizada de dezassete em dezassete anos; São João Baptista, a 24 de Junho; Nossa Senhora das Candeias, a 2 de Fevereiro; Procissão do Senhor Morto, realizada na Sexta-feira Santa; e São Nuno, na segunda semana de Julho.
Os jogos praticados nesta freguesia fomentam o convívio entre as pessoas. As associações existentes na freguesia organizam, ao longo do ano, diversos jogos quer de mesa quer de campo, destacando-se:
Jogo de Damas de 21 Pedras
Dois jogadores desenhavam um tabuleiro com doze pedras no quadrado e outras nove na cabeça, totalizando vinte e uma pedras. O jogo era iniciado no centro do quadrado. As pedras podiam mover-se na diagonal, na horizontal e na vertical. O objectivo do jogo consistia em trazer para o quadrado as pedras da cabeça do tabuleiro e evitar que as passagens fossem fechadas pelo adversário, por meio de pedras.
Jogo do Chinquilho
O jogo do chinquilho consiste no arremesso de uma malha de forma a derrubar um pino, que se encontra a cerca de dezoito metros de distância. Cada derrube do pino vale dois pontos, quem conseguir ter a malha mais próxima do pino obtém um ponto. O jogo termina aos vinte e quatro pontos. No entanto, durante o jogo, os participantes com menos pontuação podem impôr regras, designadamente a mudança de jogo chamado "à sinca", em que o jogador pontua sem que a malha passe a linha de colocação do pino, bem como mandar a malha por baixo da perna.
Jogo de Cartas - Sueca
A sueca é um jogo de cartas em que participam quatro jogadores, dois contra dois, com os parceiros sentados frente a frente. O baralho tem somente quarenta cartas, sendo removidos os oitos, os noves e os dez. O objectivo é ganhar cartas que valem pontos. Assim, as cartas valem: ás, 11 pontos; sete, 10 pontos; rei, 4 pontos; valete, 3 pontos; dama, 2 pontos; 6, 5, 4, 3 e 2 valem zero pontos. Há cento e vinte pontos somados no baralho.
O jogador que começa foi aquele que cortou o baralho. Os outros jogadores devem seguir o naipe escolhido pelo primeiro jogador. Aquele que não tiver cartas do naipe puxado pode jogar cartas de qualquer outro naipe, incluindo o trunfo. A carta mais alta do naipe, ou o trunfo mais alto, ganha a jogada. O participante que ganhou puxa o próximo naipe.
Jogo de Cartas - Bisca
A bisca é um jogo de cartas em que participam dois jogadores. É jogado com um baralho comum de cinquenta e duas cartas. O jogador que tirar a carta mais alta distribuí as cartas, que antes devem ser embaralhadas e dadas a cortar. São distribuídas nove cartas para cada jogador. A décima nona carta é virada com a face para cima e determina qual o naipe que será o trunfo. Ao lado do trunfo coloca-se o restante baralho com a face para baixo. Inicia-se o jogo. Depois de fazerem uma jogada, os jogadores têm que "comprar" uma carta no baralho, comprando cada um a sua carta até que o baralho se acabe. O objectivo do jogo é ganhar cartas que valem pontos. Assim, as cartas valem: ás, 11 pontos; sete, 10 pontos; rei, 4 pontos; valete, 3 pontos; dama, 2 pontos; 6,5, 4, 3 e 2 valem zero pontos.
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