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RELIGIÃO
As primeiras notícias, que relatam acontecimentos histórico-religiosos, de que se tem conhecimento datam do século XIV. É nesta altura que os povos estrangeiros começam a cobiçar estas praias e estas terras pela sua beleza, magnificência e riqueza. São inúmeros os ataques e pilhagens que foram acontecendo ao longo dos séculos, levando ao roubo e destruição de gentes e bens. Por isso, se justifica a grande preocupação que os reis de Portugal e os senhores destas terras depositaram na sua defesa, erguendo pequenos fortes e fortalezas que se estendiam ao longo do vasto areal; desde Santa Cruz até Peniche. Muitos deles estão hoje completamente em ruínas.
Mas, esta beleza e magnificência eram também convite à oração, ao recolhimento e ao encontro com Deus.
A beleza do local e o conflito permanente com os árabes que tinham ocupado o castelo de Torres Vedras e expulsado os monges que aí perto habitavam, foram os motivos para que, desde muito cedo, esses monges fizessem destas praias a sua casa e aqui, ao longo dos séculos, edificassem diversos mosteiros e conventos.
O primeiro dê que se tem noticia data do ano 840 d.C. Deste, situado no porto Novo, não há vestígios conhecidos, embora os antigos, no principio deste século, dissessem que ficaria muito próximo do mar, de tal forma que a arriba onde estaria edificado foi ruindo e que no séc. XIX eram visíveis restos de paredes no mar por ocasião das marés vivas, na baixa-mar.
Mais tarde, devido à destruição do primitivo mosteiro, edificou-se um novo entre 1591 e 1638 para onde se mudaram os monges beneditinos que aí viveram durante alguns anos.
Por ser um local de permanente conflito, foram dados aos monges armas para que se defendessem dos mouros e, como curiosidade, o prior do convento começou a ser chamado pelos populares de Prior-Capitão. Contudo, o convento entrou em degradação com a destruição provocada pela invasão das águas do mar (maremoto) provocada pelo terramoto de 1 de Novembro de 1755, em que alem da destruição, morreram todos os frades, que na altura rezavam matinas. Apenas um que estava no exterior, ao ver a invasão do mar, fugiu monte acima vindo a morrer de cansaço no loca hoje assinalado por uma cruz. As paredes em ruínas hoje visíveis, correspondem à parte do 2º andar e torre sineira, estando soterrados pelas areias do rés do chão e 1º andar.
Foi então construído novo convento a cerca de 3 km, mais para o interior e em ponto elevado (o actualmente existente, junto à Póvoa de Penafirme), onde hoje funciona um estabelecimento de ensino público, depois de ter sido Seminário e que, pela graça de Deus, neste ano de 1999 voltará à sua primitiva vocação. Foi neste edifício que se instalaram de novo os frades Agostinhos, até à extinção das Ordens Religiosas, no séc. XIX.
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